quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ontem.

Um dia normal. Opaco. Sem graça, sem contraste. Podia até ser. Mas as folhas estavam mais verdes e pude ver o brilho do sol sob o céu completamente azul. De pouco em pouco, as nuvens ficaram mais densas, mas não escuras. O dia brilhou durante uma longa parte em que me postava dentro de casa. Perguntas e risadas sobre mim mesma me vieram na cabeça. Patético, até seria. Um monólogo em pensamento. Então vamos pensar em um jeito de nos alegrar com algumas gotas negras no rosto, apenas para me divertir e fotografar. Hoje eu vi, um azul intenso, um céu imenso, um trevo de três folhas. Senti os sons das árvores soarem meus ouvidos. Despertei os sentidos e me pus de pé a renovar. Mexi no cabelo, encarei meus próprios olhos no espelho e vi que estavam brilhando densamente. Eles não estavam negros, mas sim brilhantes e profundos, com as pupilas dilatadas, coberto de uma pequena camada de lágrimas. Vamos ver o dia e admirar como belo está o céu. Simplesmente aquele céu profundo havia desaparecido e foi substituído por muitas nuvens, esbranquiçadas; ainda bem. Eu sempre gostei muito de chuva, mas temo a escuridão como uma forma de prever barulho e desastre. E olha, o sol havia desaparecido em questão de momentos e eu nem havia percebido. Mas, surpreendemente, meus olhos brilharam mais. Havia uma intenção de desfrutar do clima agradável naquele momento. E simplesmente me debrucei na escada, olhei-me no espelho. Vi a bela folhagem densa naquele fundo esverdeado. Aparentava bem feio ao primeiro ver. Mas capturei um foco extraordinário e impensável. Um beija-flor sobrevoou as folhagens de leve, a ponto de alcançar o néctar das flores em algum lugar. Observando, eu estava ali. Pus-me a levantar e ir ao encontro de um jardim, que havia um pinheiro grande, e muito belo por sinal. Estava enfeitado de luzes natalinas, mas não era natal. Havia tijolos bem colocados em volta do jardim, dando-lhe um retoque especial e manual. Deixei-me levar pelas janelas abertas e pela visão que podia ter do interior da casa. Tinha medo. Medo de que algo aparecesse. Algo normal vindo de mim. Rondei o jardim por algum tempo, e fui observar o clima. As nuvens continuaram ali, porém se multiplicaram. Continuavam densas, porém não aparentavam pesadas. Posicionei-me e fiz o que meu extinto implorava. Melhorei o foco das folhas de um dos vasos, e aí, após algum intervalo de tempo, parei e olhei para o céu. Estava chovendo. E então, satisfatoriamente fui me refugiar em frente a televisão, satisfeita com as visões de hoje.

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