quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cronometrando.

" Eu quero que o ponteiro se esconda por trás do relógio, que a bateria acabe e derreta o pêndulo. Desejo morte ao passarinho que antecede ao som do cuco. O whisky espera por mim na mesa de madeira depois da madrugada. Eu vou adiante, piso e apago o seu cigarro, sua chaminé de fumaça. Meu amigo estende seu ombro rígido onde posso repousar minha mente vazia. Correndo, vivendo ou dizendo.Te puxo, te solto, te olho, me entristeço e parto. A luz caleidoscópia da próxima noite me cega, paro, penso, ouço e choro. O mesmo tom surdo do mês passado toma conta de todos espaços. Volta, não me solta, não parta, não me parta. Desfaça o laço, puxe sem dó nem limite. Ás vezes dói, mas eu não ligo. São quase 3 da manhã, o jogo só começou, volte a estaca 0 até o último sino alarmar o fim do jogo, espalhar sua 'perda'. Sua quase vitória pincelada de fracasso. Mas já não tenho tempo para perdedores. O cronômetro vai explodir. Passa o tempo, passa a hora, o dia volta e o circuito se completa. "

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