quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mudanças drásticas



É claro que as coisas mudaram após "tanto tempo". A ordem de dedicação, a prosperidade e os dias em que nos encontramos viraram pó na memória; agora passamos a nos adaptar diante das circunstâncias que a vida nos apresentou. O trabalho, o estudo, a família. Devemos coincidir nossos desejos, cansaços e frustrações sem deixar pesar um lado mais que o outro, devemos nos apoiar para não cair nos momentos de lamentações. Desde janeiro aos pouquinhos a nova vida foi se mostrando e eu fui me agarrando aos pedacinhos do passado que restavam... é claro que eu preferia aquele mundo confortável em que havia surpresas em todo mês, palavras bonitas e conquistas cotidianas. Ficamos mais velhos e aí vem as cobranças, elas não perguntam se você é pai de família, mãe ou namorado; logo devemos nos virar para conciliar o que já tínhamos com as novidades. Ainda contamos com os imprevistos, hora extra, pé torcido, provas e cansaço. Se não suportamos a pressão, desistimos. Mas se o que possuíamos é tão valioso, damos um jeito. Continua a ser, então decidimos nos esforçar. Falta a dedicação do passado, claro, mas aprendi que não podemos viver do "saudosismo" e o que podemos é reinventar. Antes vencermos o passado, que ele nos engolir.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Mentalidade





A mente pode me afogar em segundos, exaltar minha alegria, extinguir meus medos e aguçar pesadelos. Ela pode criar imagens enquanto durmo, e me dá ideia do que quero do mundo. Ela cria um espaço próprio, em que fabrica de tudo. Desenvolveu o poder de me tornar alguém assim...assim, e pode me fazer uma réplica de um outro alguém. Ela é delicada, voraz, sábia e lúdica. A defino única. Futuramente, uma aliada. Ainda aprenderei a utilizá-la de modo tranquilo, sem lamentações. Nela há imenso território, ainda inexplorado, aguardando os meus passos humanos. Não sei enfrentá-la, me falta coragem e tentativas seguidas de sucesso. Tem que haver foco pra não se perder dentre as cópias que ela cria. Nem tudo está perdido, alguns conseguem com anos de experiência, outros nunca conseguiram. Minha tentativa vai através da teoria, e posteriormente, através dos corações aflitos  do mundo. Mente, meu poço de criação.

I'm black and bruised..



Acabei de me machucar. Estou me debatendo entre tantos espinhos! Pelo que parece, adiei algumas decisões ou demorei em demasiado para encerrá-las. As coitadinhas que se tornaram fortes e lutadores , estão me perseguindo. Acho que agora eu entendo o que é estar na fase difícil antes da maior idade. Parece que falta tudo. Emprego, futuro, seriedade, desafio, vida de universitária. Falta estar sufocada de afazeres que te trazem prazer. É foda ter uma coisa só que você pode se apoiar, e então, você se agarrar nisso sem entenderem o que está acontecendo. Depois deve passar a ser sufocação. E então eu perco tudo, definitivamente. Quero chorar o meu fracasso até amanhecer. Nada parece suficiente. Dá vontade de abandonar tudo que me restou.
Medo, eu já estava a sua espera, mas você demorou tanto a chegar que me acostumei a estar calma e confortável.

domingo, 20 de maio de 2012

Tell me that you open your eyes





Chega 18 e eu digo:
Passei a semana com muita dor, meus pés nem tocavam o chão. Sentir a falta de controle dos membros é horrível. Tive que abdicar dos meus afazeres, da aula, das piadinhas cotidianas e de alguns pontos vitais. Os cinco dias passaram voando, e aos pouquinhos fui recuperando a sensibilidade. Não foi como vencer desafios, barreiras, coisa e tal, foi mais como "adiar"...fugir por tempo determinado. Determinado ali no papel, onde o ortopedista escreveu "7 dias de repouso". Quando comecei a recuperar a razão, fui resolver as vértices da vida. Desembolar meu sustento e tentar desenhar. O mais legal é que não é a coisa mais difícil do mundo. 


Chega 19.
Me movi para fornecer calor as pessoas, um afeto sincero e um afago doce. Quando voltei para meu refúgio, senti que algo estava para acontecer...e fui testemunha da amargura que eu fui obrigada a engolir. Lágrimas amargas se mostravam na minha cabeça, parecia premonição. Foi só viver cada minuto que os monstros apareceram  e tornaram realidade aquela tristeza. Nada batia, se encaixava, era difícil de entender, explicar, contornar ou evitar. Tudo pareceu acabar naquele poço de estranhez. Eu tentava encontrar a saída, mas tudo estava tão embaçado... e assim permaneceu por horas. Veio a fúria e levou o que restou com um sopro sutil. Então as coisas melhoraram por um tempo. 


Chega 20.
Foi bom por alguns momentos, mas depois parou. E tudo retornou as minhas costas. E vem a briga, a direção, a sinceridade sem medidas. Veio uma tempestade e nos levou, um para longe do outro. Compro desespero na promoção, eu nem comi, não consigo nem pensar. Me pergunto se suportarei... mas estou sem forças, como o farei? Então fui assistir uma série legal e deixei de ser vegetal. Deixei as lágrimas cansadas de lado e raciocinei por 5 minutos até pegar no sono. Eu ainda morria de tristeza lá dentro, mas pelo menos não assustei minha mãe (mais uma vez). Claro que eu rezei até pegar no sono e clamei por razões brutas. Acordei e notei a mudança, eu respirava mais aliviada e alguém me chamava. Por tudo que há de bom no mundo, recuperei o senso e me coloquei no lugar que pertenço. Isso foi tão bom quanto estar em Janeiro de 2011. Recomeçamos.


...Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Adapte




"Em caso de dor ponha gelo
mude o corte de cabelo
mude como modelo, vá ao cinema
dê um sorriso ainda que amarelo,
esqueça seu cotovelo
se amargo foi já ter sido
troque já esse vestido
troque o padrão do tecido
saia do sério, deixe os critérios
siga todos os sentidos
faça fazer sentido...
a cada mil lágrimas sai um milagre."

terça-feira, 15 de maio de 2012

Amor sem esforço





Seria bacana se a gente pudesse dissolver a ilusão de que para sermos amados temos que ser outros que não nos habitam. Outros que não somos. Outros que, no fundo, não podemos ser, mas também não precisamos. Ter outras caras. Outros corpos. Outros gostos. Outros sonhos. Outros jeitos. É inútil qualquer esforço de tentar caber onde o nosso coração não está. Onde ele não pode nadar livremente, no tempo e no ritmo das próprias braçadas, aproveitando, feliz, o contato com a vida. Há um desperdício imenso de energia nessa história. É tenso demais viver para agradar, em troca de pertencimento, reconhecimento, alguma afeição. Maquiar as emoções, boicotar a própria essência, trocar a luz natural por luminárias artificiais, bolar planos fantásticos para chegar ao coração de quem quer que seja. Cansa, só de imaginar.

Além de inútil, é perigoso. Perigoso porque dói, mesmo quando faz aumentar nossos índices de popularidade. Nosso catálogo de endereços eletrônicos. Nossas referências no caderno de telefones. Nossa lista de contatos do celular. Perigoso porque requer de nós muito malabarismo emocional para não trairmos as personagens que criamos para atender as demandas alheias. É trabalhoso demais tentar ser o que não se é. Exaustivo. Drenagem pura. E, no fim das contas, o que buscam essas pessoas que queremos que nos amem? Procuram por nós ou pelas pessoas que tentamos parecer? Por nós ou pelas pessoas que querem que sejamos? Se não for por nós, não tem importância alguma. A leveza escoa, assustada, ralo afora. Se não for por nós, não é de verdade.

De vez em quando nós lembramos para, em geral, esquecer outra vez pouco depois: o amor não pede esforço. O amor acontece. Somos amados assim do nosso jeito. Assim do nosso tamanho. Assim do nosso lugar. Somos amados como somos, já preciosos. Isso é de uma liberdade que raramente sentimos ser capazes. As pessoas mais interessantes que conheço não fazem sacrifícios para ser amadas. São do jeito delas. Se são amadas, maravilha. Se não, vida que segue, mais a frente os encontros virão e é bem provável que tenham mais a ver com elas. A diferença que conta é que, à parte o amor que possam receber, elas são amadas por elas mesmas. Estão confortáveis por ser como dá pra ser a cada instante.


São pessoas que não querem mostrar nada além da espontaneidade que já conseguem. Não querem caber onde lhes falta espaço. Não têm a pretensão de ter montes de amigos: se tiverem um, capaz de amá-las, de verdade, já estão no lucro. Querem amar e ser amadas, sim, desde que cada pessoa tenha liberdade para ser. Nadam no ritmo delas, no tempo delas, nesse mar de águas tantas vezes turbulentas da vida. E consideram cada braçada uma vitória. Uma possibilidade de encontro. Se não acontecer, vez ou outra, continuam contando com o próprio pertencimento. O próprio reconhecimento. A própria afeição.

Ana Jácomo

Caminhos





Chega um momento em que a gente se dá conta de que, para sermos verdadeiros com nós mesmos, precisamos ter o desprendimento para abençoar as tentativas sem êxito, agradecer pelo aprendizado, e seguir. De que, para se reconstruir, é preciso demolir construções que, por mais atraentes que sejam, não são coerentes com a ideia da nossa vida, do caminho que desejamos seguir. Nos damos conta do quanto somos protegidos por estarmos em harmonia com o nosso coração. 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Wake...up!

Aiai.
Acorde! Não é só sair da cama, lavar o rosto e escovar os dentes. Digo, abra os olhos diante das situações que te envolvem. Da primeira vez, admiti que sou estúpida e faço muito pelos outros. E no fundo, aguardo retribuições. Obviamente não as recebo e chego ao estágio frustrado da coisa. Aí eu penso em possíveis textos melancólicos e grosseiros sobre minhas feridas que sangram de modo irônico, pois eu as provoquei. É culpa da dependência, pior que de cigarros, que me invade. Me dá vontade de gritar, por notoriedade. "Oi, isso tá acontecendo comigo, é difícil você enxergar sem que eu te conte? presta atenção." Tive a oportunidade de mencionar a impossibilidade? Frustração. Frustração. Frustação.
Já sei o que fazer.
Fazer menos! Ou deixar de -.
Olhar pra si mesmo antes. Não que ser egoísta seja uma solução. Mas vou fazer o que fazem comigo, se importar com o "eu" que comanda essa porra. Ver se isso me inibe de certa forma, ou me frustra.

Paciência, espere por mim.

domingo, 6 de maio de 2012

Conflitos Internos


Quero deixar de ser clichê.

Então com o tempo me tornei consumista sem graça, rumo a tendência das passarelas. Meus pés doem por escolher sapatos bonitos, de brilho, cor, estação. Essa ousadia que inibe a autenticidade. Comecei a agir como os outros, sem graça - tentando ser engraçada, focando em objetivos - sem notar que eu me encontrava mais fora de foco ainda, e também fui opinar no comportamento dos outros, coisa que não me interessava anteriormente. Estes pontos se tornam mais fortes no dia-a-dia, eu compro sempre, eu uso sempre, eu deixei o meu "eu", lá atrás. Quero voltar ao vestuário despojado, voltar a retirar as meias calças da gaveta do criado, comprar mais modelos. Sabe, essa peça que mostra o que eu sou.
Então me sentirei confortável com minhas escolhas, por onde vou, ou o que eu visto. Ouvirei o que há de melhor no momento, e no fundo, saberei, sinceramente, essa sou eu. E usarei de acordo com a estação! Sem saia justa, vestido desconfortável, salto orgulhoso. E vou colocar o pé no chão quanto tiver afim, mesmo que seja no meio de um casamento, ou de uma reunião importante. Vou me sujar quando achar prudente, mesmo que esteja na melhor roupa. Pronto! Mais algumas coisas, e deixarei de ser clichê.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Soneto do amor total




Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

Hold On



Você tentou demais ser alguém que você esqueceu quem você é.
Você tentou preencher algum vazio até tudo que você tinha se desmanchar.
Agora tudo está tão longe...que você não sabe onde você está.

Quando tudo que você queria e tudo que você tinha não parece muito,
para você aguentar, para você fazer parte.

Quando é difícil ser você mesmo não é para ser outra pessoa.
Tudo ainda está tão longe que você esqueceu onde você está.

Aguente...

Aguente...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pra onde eu quero ir



Sabe, eu nem sei direito onde estou. Mas a cada pequeno momento, eu me pergunto onde quero estar. Eu não quero mais esse estudo sem lógica, aprendizado real, sem gosto. Não quero estes dias sem profissionalismo, consequentemente sem amor. A cada dia, eu sonho em me decidir! Entre a mente, a comunicação, ou me render aos desenhos. Eu não sei desenhar, admito. Mas tomei a iniciativa de procurar sobre isso, e finalmente, ter vontade de me empenhar. Estou mergulhada num tipo de emoção jamais experimentada, a busca por futuro certo. Quero ter orgulho da minha escolha, da minha frase mal feita, da minha canção desafinada, mas tudo feito com dedicação.Vou mostrar a todos a minha evolução diante de bonecos feitos por poucas linhas, esse desapego(doce) com meus pacientes, ou o bem-estar com o microfone. Desejo sorrir a cada passo, a cada avanço, e poder falar "é aqui que eu deveria estar". E se assim não for, passar para outra estrada, que pertença a mim, que pertença a outro, pertencendo finalmente ao mundo. Sonho a cada dia ser uma boa profissional, amar o que eu faço, sustentar planos, objetivos, metas possíveis, e também impossíveis! Ter quem possa me apoiar, e me carregar diante dos fracassos, nunca me permitindo desistir. E dizendo "tenta de novo, de outra forma, até conseguir"... Ter mil histórias pra contar, formar novos laços de amizades, montar um grupo de estudo, aprender a cantar, e desenhar o abstrato. Sei lá, de repente me deu vontade de escolher e ser feliz, arriscar. Fazer o que nunca fiz. Eu quero algo inédito pra mim, só pra mim. Cansei do meu conformismo habitual! Cansei.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Quando


Quando a gente se propõe guerra de argumentos e opiniões, parece que nossa doçura se esgota. E fica mais complicado lembrar dos dias confeitados que nos proporcionamos. E a gente se perde, em meio as palavras tristes e pesadas, que nos arrastam para o túnel da solidão. Cavamos nosso túmulo e aguardamos o veredito.

Quando a gente se propõe surpresas, surgem sorrisos em todas as vértices. Gosto de lágrima feliz! Parece que nunca brigamos, e já que sabemos que os momentos ruins existem, imploramos para que eles não retornem. E desejamos continuar sorrindo, chorar de alegria, fazer surpresas. Torcemos para que os bons minutos de arrastem para a eternidade.