sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O dia que retornou



Bem, neste mundo inteiro eu estou sozinha. Não há alguém que entenda o quão simples ou complicado é a minha tristeza. Pois as pessoas querem comemorar, e seguirem suas vidas, com um mínimo de importância com o outro, e deixá-lo chorar. Noite difícil, seja bem-vinda novamente. Você me acompanhou no início da semana e sinceramente achei que ficaria longe por um bom tempo. 

Estes dias estive sorrindo, estudando, pensando em coisas positivas, mas aqui estou desarmada mais uma vez. Nua de soluções, crua de alegria. A realidade me despiu sem dó. Pude lembrar então, que estou lidando com um momento dolorido e ao mesmo tempo aliviante, mas essa sensação tranquila só virá após o máximo de dor me atingir. Já estou sensível novamente, e com os dedos retiro a lágrima que brota no olho esquerdo. Dói ao ponto de querer resistir ao "eu te amo", mas não por não estar sentindo, mas por ignorar, e para que o outro veja o quanto estou imersa no meu mundo nublado. 

Achei que a tristeza não retornaria tão cedo, repito, estou frustrada, e confusa sobre o que isso quer dizer. Não compreendo bem a arte de suportar, mas tento de tudo, até o último centímetro, e até esse centímetro me machucar forte.
Hoje o dia se dividiu em várias partes, e na última, fechando com uma chave de pedras negras, torno a suplicar por um sinal, por coragem. E torço baixinho para que alguém esteja ouvindo de verdade todo o meu desespero.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Quando a dor te torturar



Feridas que vem e vão. Ao se machucar, ganhamos uma dor eterna, que ás vezes se abre, até mesmo quando está quase cicatrizada. Ela pode adormecer por anos, mas ainda está lá. Quando aberta, espalha sangue, necrosa o que é bom, derrama lágrimas até que você se afogue.

Se é pra sofrer, que seja sozinha, onde seu rosto possa estampar desalento, inchaços, nariz vermelho, olhar perdido, boca crispada. Se é pra sofrer, que o corpo possa verter, vergar, amolecer. Se é pra sofrer, que possa ser descabelada, que possa ser de pés descalços, que possa ser em silêncio. Que eu não precise dar satisfação a ninguém, ou suportar lamentações o dia todo. Em mim já dói o suficiente.

E da ferida, da angústia, nasce a raiva, a mágoa, e todos primos ruins. Me destrói, me deixa lá fora, abandonada na chuva fria. A única vontade que tenho, é de despedaçar sem dó quem causou minha dor. Quem não fui o suficiente humano para se colocar no meu lugar e imaginar minha insônia ao anoitecer, por ser tão tola. Isso tudo é consequência por confiar, acreditar. Algo que era fácil antes, e de repente, nasceram espinhos deste sentimento. A gente se pergunta: em quem estender nossas vidas? Nossos sonhos?

Deveríamos ter o direito de machucar essas pessoas também, que gostam de tirar o que há de bom em mim. Eu desejaria gritar, bater, matar, sem dó. E como não posso, minha própria prisão, foi ser enganada por confiar e amar. 

Hoje, eu perdoei, mas a ferida continua aberta, e molha meu travesseiro toda a noite, e me entristeço por não ter coragem de devolver a dor.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Naufragando


Como fica fácil com o passar do tempo descrever o contorno de cada lágrima que desce por meus olhos.
De época em época, venho falar sobre como os caminhos da vida conseguem me atingir, e me machucam feio.
No episódio desta noite, fui surpreendida pela quebra de promessas. Promessa de mudança, respeito, compreensão, de amar puramente.

A imagem do amor da sua vida explode em uma fração de segundos. E todos os planos antes feitos, agora estão desfeitos. Uma possível fuga para o momento presente que vi ali, foi chorar e gritar. De alguma forma externar toda a minha mágoa, minha decepção. Fiquei mentalizando que precisava dormir, sem saber que acordaria pior, afogada em cada centímetro quadrado de tristeza. Aquele sentimento de sonho destruído, de traição. Cada escapamento deprimido me surpreende mais, me apodrece. Em alguns minutos do dia que se iniciou, me pego pensando que a cada queda, a altura é maior. O risco só aumenta, o resultado só piora. Não importa se é segunda ou sexta-feira, seu dever de me proteger não foi cumprido.

E eu vou naufragando...no meu desejo de viver feliz, que me domina em maior parte do tempo, que planeja coisas boas, que está nas minhas preces diárias. Tudo dito, sentido, alcançado e superado fica onde estavam suas palavras duras. Aí fico em alerta, que de tanto chorar estou afundando...o barco de lágrimas está muito pesado, a âncora do amor foi retirada, e o que sobrou? O uso da razão? Se nem consigo pensar, ser racional. Digo com toda certeza que meu coração foi apunhalado por trás. Fui chicoteada nos rins. E não sei quando tempo essa dor amarga irá durar. Enquanto tudo isso passa, estarei nas aulas de ética observando o quão diversas atitudes são tão anti-éticas. E entro em suicídio emocional na mesma hora.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Tomara






Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho

E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho



Tomara 
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz



E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo

Como nunca mais...


- Este post contradiz o que publiquei anteriormente, mas achei muito belo. de Vinícius de Moraes

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Estar só, e aceitar isso!


Estamos sempre a sós. Não dá pra ficar contando todos os pensamentos e vontades recorrentes no seu dia-a-dia pra as pessoas, que por mais que estejam integradas no seu círculo, pois não dão a devida a importância. Pois sonhos estão presentes no nosso altar particular, em que trilhamos o melhor caminho para alcançá-los, ou até para fugir. Cada um com sua particularidade, seu modo de pensar e viver. 
Então em momentos da vida, encontramos outras pessoas com gostos parecidos, uma música em comum, ou uma preferência de profissão, ou modo de pensar sobre o mundo. E assim iniciamos uma conversa cordial, sendo agradável e recebendo sorrisos.
Mas no final, nossos gostos estão a sós, e na verdade, integramos um ao outro e ficamos ali. Uma pessoa no meio de milhares, procurando por pessoas semelhantes, ou que nos atraiam de modo diferente para que podemos nos relacionar. E mesmo acompanhado a este, temos nossos próprios devaneios, vontades, impulsos. É só o corpo, a mente e eu.
Com algumas ações, nos sentimos de certa forma nós mesmos, naquele momento só nosso, quando fazemos algo para nossa satisfação e de mais ninguém. Estar só me faz muito feliz em vários momentos do dia, em que posso aproveitar a cama, o sofá, o computador, meu filme preferido, uma série nova, ler meus livros, sem ninguém para julgar ou questionar. Estar só pode ser muito positivo, por mais que você não esteja fazendo nada para alguém, está fazendo algo para você, em um momento ímpar. Admirando fotografia, ouvindo uma música pesada, desenhando sem saber, e colorir desenhos. 
É tão bom ser você mesmo! E melhor ainda, é aceitar. Que por mais que esteja rodeado de pessoas, estamos sozinhos, e podemos ser felizes com isso.

Modo de viver


Essas palavras irão rondar sobre....os dias que penso em que a vida seria melhor se eu morasse sozinha. E enquanto aproveitava da minha suposta solidão, intercalava entre shows de rock ou jazz.
Alguns dias eu penso que eu seria mais feliz viajando o Brasil inteiro, depois rodeando o mundo. 
Eu seria plena de vez em quando se tivesse muitos piercings e estantes recheadas de livro, sem ter que pegá-los na biblioteca da faculdade e devolvê-los de coração partido posteriormente.
Satisfeita talvez seria se eu não precisasse tanto comer ansiosamente, pra depois não ter que fazer dieta por ter hipoglicemia.
E então tivesse uma predisposição de descobrir bandas legais e ter amigos que partilham os mesmos gostos, para que pudéssemos falar sobre fatos, músicas e recitar poemas, acompanhando uma boa cerveja.
Eu não reclamaria nada se meu cabelo permanecesse bom enquanto eu aplico diversas tintas diferentes nele, mas é claro que a química não permite.
E eu queria experimentar novas coisas todos os dias, ao invés de preferir a quietude do meu sofá, enquanto assisto à televisão aberta.
Ás vezes eu desejo muito me complicar, ser difícil de agradar, inovar nas experiências, mas no final, meu viver é muito simples. A aventura vem ao final de semana, mas melhor seria se me visitasse na segunda ou quinta-feira, e ter um porre do meio da semana!
Diariamente faço escolhas, que apontam os caminhos pra onde vou. Para saciar essa vontade de tudo sem fazer nada, eu escrevo, planejo, tento de vez em quando. 
Sabe, de vez em quando bate o desespero de ir lá em cima, visitar as alturas, fazer uma tatuagem nova e sentir aquela dor que me tira da rotina. De ir no cinema aqui pertinho, e dá vontade de ir sozinha.
Tenho noção que no final sou só eu mesma, sozinha, no canto, e aguardo uma reviravolta qualquer, em algum dia... mas sei que, enfim, você só vive uma vez, então quero acordar a tempo!